Fonte: G1
Redirecionamento foi realizado por provedor do governo.
Incidente teria afetado 15% do tráfego da internet.
Prédio do Google na China (Foto: Andy Wong/AP)
A operadora de telecomunicações China Telecom, controlada pelo governo chinês, teria redirecionado 15% do tráfego da internet para passar por seus servidores no dia 8 de abril, segundo um relatório de uma comissão do congresso norte-americano. Entre as redes que tiveram suas rotas modificadas estão a de sites do governo e do exército dos Estados Unidos.
Antes de chegar ao seu destino, uma conexão na internet passa por uma rota, ou seja, por rodovias virtuais. Equipamentos chamados de roteadores são responsáveis por direcionar as conexões e sempre orientar os provedores no sentido de usar o caminho mais curto ou descongestionado. Durante 18 minutos, o provedor chinês divulgou ser dele a rota mais rápida aos serviços do governo norte-americano.
A internet funciona com a confiança de que as rotas que os provedores divulgam entre si estão corretas e representam fielmente o estado da rede.
A Comissão de Supervisão de Segurança e Economia EUA-China atua no congresso norte-americano para analisar os impactos da crescente influência chinesa na economia do país. Foi dela que partiu o relatório que informou a existência do direcionamento.
Além das redes do governo e do exército, agências como a NASA também foram redirecionadas, bem como sites de grandes empresas como Microsoft, Yahoo e IBM. Se a China quisesse, poderia ter, nesse período, armazenado os dados que trafegaram pela sua rede para obter informações.
“Esse nível de acesso pode permitir o monitoramento de sites ou usuários específicos. Poderia interromper o fluxo de informações e impedir que um usuário estabeleça uma conexão com algum site. Poderia, ainda, permitir o reencaminhamento dos dados a algum lugar para o qual o usuário não tinha intenção”, afirmou o relatório.
Não é possível ter certeza, no entanto, que houve malícia – o caso pode ter sido um erro, como o que ocorreu em março deste ano, quando provedores no Chile e nos Estados Unidos tiveram Twitter e Facebook bloqueados por causa da preferência pelo uso de um servidor chinês. A comissão alertou, no entanto, para os riscos de segurança provenientes de um ataque desse tipo.
A China Telecom negou ter redirecionado de forma maliciosa o tráfego e acrescentou que a maior parte do tráfego da internet passa pelos Estados Unidos.
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