domingo, 21 de novembro de 2010

A realidade atrás da mágica de Harry Potter

Fonte: Info Exame

SÃO PAULO – O bruxo mais famoso do mundo volta às telonas neste final de semana com a estréia nacional de Harry Potter e as Relíquias da Morte- Parte 1.
A primeira metade do último capítulo da série deve atrair milhares de fãs aos cinemas, encantados com o universo de magia no qual ficar invisível, por exemplo, é tarefa fácil.
Se no mundo fictício criado pela escritora J.K Rowlling tudo acontece, literalmente, num passe de mágica, aqui no mundo real a história é outra – embora, talvez, não seja assim tão diferente.
No lugar de bruxos com poções, pós mágicos e palavras encantadas, nós temos cientistas e técnicos com fios, metamateriais e acelerômetros.
INFO Online separou as invenções que poderiam ajudar a tornar realidade muitas das mágicas vistas em Harry Potter – ou, pelo menos, conseguiriam se aproximar de alguns dos conceitos criados pelos bruxos. Só não espere animais falantes e lobisomens – afinal, por aqui, o assunto não é feitiçaria, é tecnologia.

CAPA DA INVISIBILIDADE
VARINHA MÁGICA
CARRO VOADOR
PÓ DE FLU
FOTOS QUE SE MOVEM
PENSEIRA  

CAPA DA INVISIBILIDADE

Na ficção: Harry Potter herdou de seu pai uma capa que o torna invisível enquanto estiver sob ela.
Na realidade: O grande avanço na área são os chamados metamateriais – materiais que podem ser artificialmente fabricados para distorcer ondas de luz ou sonoras. São muitos os exemplos desse tipo de pesquisa – e, embora não exista um manto capaz de nos esconder do mundo, está mais do que provado ser possível tornar objetos invisíveis pela manipulação da luz.. Em 2008, duas equipes da Universidade da Califórnia conseguiram “dobrar a luz” na direção errada – um feito que pode ajudar a esconder objetos da nossa percepção. Já em 2009, pesquisadores da Universidade de Duke deram um passo além e criaram um dispositivo capaz de desviar as ondas eletromagnéticas ao redor de um objeto, criando um efeito similar a uma “miragem”. Este ano, o feito de pesquisadores do Imperial College London foi desenvolver a receita para manipular a velocidade da luz conforme ela passa sobre um objeto; com isso, provaram que é matematicamente possível “esconder” os movimentos desse objeto para que um observador não o perceba.


VARINHA MÁGICA

Na ficção: todo bruxo que se preze tem uma varinha para chamar de sua e realizar feitiços e encantamentos.
Na realidade: toda criança que se preze (ou a grande maioria delas) deseja um Wii MotionPLus, PlaystationMove ou Kinect para chamar de seu. A tecnologia existente na indústria do videogame permite manipular objetos na tela com um simples aceno de controle – ou, no caso do Kinect, com um simples movimento corporal. Mais próximo ainda do Universo Harry Potter, uma empresa lançou uma Varinha de Condão que pode ser programada para funcionar como controle remoto de qualquer aparelho comandado via infravermelho. A Kymera Wand identifica até 13 movimentos e tem um acelerômetro de três eixos. Os gestos reconhecidos são aqueles que você já viu nos filmes: por exemplo, girando a varinha no sentido horário ou anti-horário, dá para aumentar ou diminuir o volume da TV. 

CARRO VOADOR

Na ficção: Os bruxos não têm muitos problemas para encantar objetos ou fazê-los levitar. No segundo livro da série, Harry Potter e seu amigo Ronnie dirigem um carro modificado para chegar à escola Hogwarts.
Na realidadeA Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos aprovou este ano a produção do primeiro carro voador. O veículo, que se encaixa na categoria aeronave esportiva leve, faz 185 km/h no ar, é movido à gasolina e possui asas dobráveis que, em menos de 30 segundos, são colocadas verticalmente na lateral do carro. O Transition, fabricado pela Terrafugia, é classificado oficialmente como uma "aeronave que roda em estradas", e não como um carro voador. A especificação se deve justamente à licença necessária: é preciso ser um piloto registrado dentro da categoria para dirigi-lo, e não somente possuir carta de motorista.

PÓ DE FLU

Na ficção: ao jogar pó de flu em uma lareira e dizer o nome de um lugar, os bruxos somem do ponto em que se encontram e aparecem no local desejado.
Na realidade: Um dos itens mais cobiçados da ficção, o teletransporte é ainda uma realidade distante. No entanto, em maio deste ano, um grupo de pesquisadores chineses conseguiu dar um grande passo no chamado telestransporte quântico. Eles enviaram informações entre fótons a uma distância de 16 quilômetros de espaço livre. 

FOTOS QUE SE MOVEM

Na ficção- Os jornais e cartazes do universo Harry Potter têm fotos que se movem e mudam de posição.
Na realidade – Se você pensou em iPad... pensou errado. O que mais se aproxima do jornal em movimento visto no mundo dos bruxos é o e-paper. Já em 2008, uma parceria entre a holandesa Philips e a coreana LG produziu um novo modelo de papel digital. Com o tamanho equivalente a uma página A4 e é altamente flexível, ele possui tela com espessura de 0,3 milímetro que pode exibir imagens com resolução de 1280 x 800 pixels e carregar 16,7 milhões de cores. Seu brilho permite visão num ângulo de até 180 graus. A idéia das empresas era que a tela fosse usada em aplicações multimídia portáteis – mas, desde aquele época, não há previsão de uso comercial.

PENSEIRA

Na ficção: O professor Dumbledore, um dos mais poderosos bruxos da trama, usa a penseira para aliviar sua mente. Com a ajuda da varinha mágica, ele remove “pensamentos” e os coloca em uma espécie de recipiente que permite, a qualquer um, mergulhar em suas lembranças.
Na realidade: Remover fisicamente os pensamentos de uma cabeça ainda não é possível. No entanto, existem projetos (alguns bem polêmicos) que visam armazenar as memórias de um indivíduo em um banco de dados. O LifeNaut Project, por exemplo, pretende guardar material biológico e emocional o suficiente para, no futuro, criar clones cujos cérebros contenham todas as informações a respeito de um indivíduo. “Para algumas pessoas, esse pode ser um jeito de continuar sua consciência, ganhar a imortalidade”, diz Bruce Duncan, diretor da Terasem Movement Foundation, organização responsável pelo projeto.

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