Páginas da Visa e Mastercard foram derrubadas nesta quarta-feira.
Grupo 'Anonymous' coordenou ataques por meio de redes sociais.
As contas no Facebook e no Twitter utilizadas para coordenar os ataques do grupo hacker "Anonymous" foram canceladas pelas duas redes sociais na noite desta quarta-feira (8).Os ativistas utilizavam os dois serviços para convocar participantes para ações como as que tiraram do ar nesta quarta-feira as redes de computadores das empresas de cartões de crédito MasterCard e Visa. Os ataques do grupo seriam uma retaliação ao bloqueio de doações para o site WikiLeaks.
O perfil do grupo no Twitter já era seguido por mais de 20 mil internautas. A página no Facebook teria cerca de 10 mil fãs quando foi cancelada pela maior rede social do mundo.
Além de Facebook e Twitter, os ataques vinham sendo discutidos em sitescomo o 4chan - um dos epicentros da cultura digital contemporânea e local onde foi formado o Anonymous - e redes de chat via protocolo IRC.
AtaquesOs sites das redes de cartão de crédito estavam entre os vários atacados pelo "Anonymous", que ameaçou punir as empresas que deixaram de prestar serviços ao site WikiLeaks – centro de polêmica após divulgar documentos da diplomacia dos EUA.
Os pagamentos feitos por usuários da empresa de cartões de crédito foram prejudicados. A Mastercard afirmou que os ataques não afetaram o sistema de pagamentos, mas segundo a rede britânica BBC, clientes de pelo menos uma companhia disseram ter enfrentado uma queda completa do sistema.
A empresa, que não quis ter o nome revelado, afirmou que o serviço de autenticação de pagamentos online, conhecido como Mastercard's SecureCode, deixou de funcionar.
O Anonymous, que assumiu a autoria do ataque, é um grupo de hackers ativistas que diz já ter atingido diversos alvos - incluindo o site dos promotores que acusam o fundador do Wikileaks, Julian Assange, de estupro.
Mais cedo, o funcionário Doyel Maitra, da Mastercard, havia dito que o site corporativo da empresa - Mastercard.com - estava enfrentando um 'tráfego pesado', mas que continuava acessível.
"Estamos trabalhando para restabelecer a velocidade normal do serviço. Não há impacto algum na capacidade dos usuários dos cartões Mastercard ou Maestro de usar seus cartões para transações seguras."
Outros ataquesOutros supostos ataques de hackers bloquearam o site da promotoria sueca e o do advogado responsável pelas alegações de crimes sexuais cometidos por ele, disseram autoridades nesta quarta-feira.

Grupo convoca ataque pelo Twitter. (Foto: Reprodução)
A promotora, cujo mandado de prisão resultou na decisão de um tribunal britânico, na terça-feira, de manter Assange detido, disse que havia informado a polícia sobre o ataque."É claro, é fácil pensar que há uma ligação com o WikiLeaks, mas não podemos confirmar isso", disse Fredrik Berg, editor do site da promotoria, falando à Reuters Television.
O site ficou fora do ar durante a maior parte da noite de terça-feira e parte da manhã e tarde desta quarta-feira. Segundo um comunicado, o órgão apresentou uma queixa à polícia depois do incidente.
A promotoria não disse de onde surgiu o ataque, mas uma informação do site Operation Payback, colocada 16 horas antes no Twitter, dizia que a promotoria seria um de seus alvos.
O site Operation: Payback, que diz lutar pela liberdade na Internet, também declarou ter como alvo o site da MasterCard, em aparente retaliação por ter bloqueado doações para o WikiLeaks.

Site da MasterCard foi atacado por hackers, que sobrecarregaram a página. (Foto: Reuters)
A PayPal, que deixou de permitir doações ao WikiLeaks, também foi atacada. A empresa de pagamentos diz que tomou a decisão após o Departamento de Estado americano determinar que as atividades do WikiLeaks eram ilegais nos Estados Unidos.Outras empresas que se afastaram do WikiLeaks, como o banco suíço PostFinance, que congelou a conta de Assange, também sofreram ataques. O banco diz que o fundador do site forneceu informações falsas ao abrir a conta na instituição.
Especialistas em segurança dizem que os sites foram atacados por um mecanismo chamado DDoS (distributed denial-of-service attack), que faz com que as páginas saiam do ar.
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